Na fase final do Período dos Estados Combatentes a ideia de que o espaço funerário consistia numa réplica do mundo real estava profundamente enraizada na sociedade e no pensamento confucionista. Nos textos do célebre filosofo do período das Cem Escolas (Zhuzi baijia 诸子百家), Xunzi refere uma série de ritos em torno de uma continuidade existencial para além da morte. Xunzi diz que nos rituais funerários os mortos devem estar envolvidos pelas coisas da sua vida, imitando os bens, a abundância e todos os prazeres que teve durante a sua vida. “Ainda que morto, continua vivo; ainda que desaparecido, continua presente; o princípio e o fim são um só. Assim, a forma do seu túmulo deve imitar a sua casa. A forma interior e exterior da urna imita os lados, as partes superiores e inferiores, e a frente de uma carruagem. A tampa da urna e a sua ornamentação imita os painéis, as cortinas e os tecidos suspensos de uma sala. O entravamento do túmulo imita as vigas de sustentação do telhado de uma casa e a cerca ao seu redor.” A padronização do túmulo planificado à semelhança dos ambientes domésticos difundiu-se profundamente durante a dinastia Han, não apenas ao nível da organização dos compartimentos, mas também ao nível de todos os aspetos rotineiros vida mundana. Os mingqi 冥器, que significa literalmente “utensílios espirituais”, constituem uma parte fundamental da cultura visual e artística da dinastia Han, quer pelo elevado número de exemplares que chegaram aos nossos dias, quer pela diversidade tipológica dos objetos incluídos nos túmulos. Estes objetos de terracota consistem em representações miniaturizadas de estruturas arquitetónicas, de animais, de pessoas e de utensílios necessários à continuidade da vida depois da morte. A representação de modelos de pequenas casas simples servia para a habitação de um vasto número de funcionários domésticos encarregados de garantir o entretenimento dos proprietários e outros incumbidos das diversas tarefas domésticas, como tratar dos animais, de plantações, da preparação de refeições e da manutenção da casa em geral. Os modelos de casas mais complexas, constituídas por vários níveis, por varandas, telhados com ornamentos e com a inclusão de pessoas representam as casas senhoriais de figuras abastadas da sociedade.