SÁBADO 30 SETEMBRO, 17H00
Inauguração de novas exposições
The ancients used the entrails of animals to communicate with the gods. The Latin term for this art of decipherment was "haruspice" - which means the inspection of entrails or the revelation of that which is not immediately apparent. The modern perception of our existence is based on reality as an abyss, labyrinth or fold - that which Drummond de Andrade called the "clear enigma" of language.
Between opacity and transparency, between the visible and the invisible, exploring the nuances of a path that has two extremes, Dayana Lucas (born in 1987 in Caracas; lives and works in Porto) elevates the act of inscribing, graphing, drawing to ritual. There is an initiatory dimension to her gesture, in which drawing is like a machine for seeing and feeling. The invention of a never-ending line, in Dayana Lucas’ work, explores not only the closure of the gesture, but also its beginnings, since the imagination gives shape to a thread that is constantly starting over, without either beginning or end - an ideal suspension of death.
Faced with the current impoverishment of language, signs and flat, algorithmisable messages, this exhibition highlights the desire to retreat from that which has already been said. We could even say that it seeks to surrealise things. The heart of the exhibition is the glass house, an (in)decipherable nodal point that harbours enigma. Synonymous with protection and delicacy at the same time, the glass house can mean being naked within ourselves. It is where the artist makes her fragility (and her strength) visible.
The group of works and interventions on display at the CIAJG highlight the artist’s transition from drawing to three-dimensional form, and how she has been influenced by music and solitary landscapes. Visitors to this exhibition can thereby sense the transformation of drawing into sculpture, into a transparent house, without any mediation. We are the house. We have no glass ceilings.
"Like the memory of a house you once lived in.
Not the house itself, but the position of the house within itself"
Clarice Lispector
Curated by Marta Mestre
Co-production CIAJG and ArtWorks
DAYANA LUCAS
Cifra
Era nas vísceras de animais, que os Antigos comunicavam com os Deuses. A palavra para essa arte da decifração era, em latim, “haruspício”, que significa a inspeção das entranhas ou a revelação do que não se dá de imediato. A realidade como abismo, labirinto ou dobra constitui a perceção moderna da nossa existência. O “claro enigma” da linguagem, como lhe chamou Drummond de Andrade.
Entre opacidade e transparência, entre o visível e o invisível, percorrendo as nuances de um caminho de dois extremos, Dayana Lucas (n. em 1987 em Caracas; vive e trabalha no Porto) eleva ao ritual o ato de inscrever, grafar, desenhar. Existe um sentido iniciático no seu gesto, em que o desenho é como uma máquina de ver e de sentir. A invenção de uma linha que não acaba, em Dayana Lucas, problematiza não só o fecho do gesto, mas também os inícios do mesmo, já que a imaginação dá forma a um fio que começa sempre, sem as pontas do princípio e do fim – uma ideal suspensão da morte.
Diante do atual empobrecimento da linguagem, dos signos e mensagens planas, algoritmizáveis, esta é uma exposição que deixa clara a vontade de recuar diante do que já foi dito. Diríamos mesmo, que procura surrealizar. A casa de vidro constitui-se como um centro desta exposição, um ponto nodal (in)decifrável onde habita o enigma. Sinónimo de proteção e de delicadeza em simultâneo, a casa de vidro pode significar estarmos nús em nós mesmos. É onde a artista torna visível a sua fragilidade (a sua força).
O conjunto de trabalhos e intervenções que se apresentam no CIAJG testemunham a passagem do desenho à forma tridimensional, a influência da música e das paisagens solitárias em Dayana Lucas. Quem visita esta exposição pode assim intuir essa trasmutação do desenho em escultura, em casa transparente, sem nenhuma mediação. Nós somos a casa. Não temos telhados de vidro.
Curadoria Marta Mestre
Coprodução CIAJG e ArtWorks
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BÁRBARA FONTE,
CLÁUDIA CIBRÃO,
GUACHE,
LUCAS CARNEIRO E MANUEL COSTA
Laboratórios de Verão 2023 / CIAJG e gnration
Laboratórios de Verão é um programa de apoio à criação artística que tem como objetivo auscultar a pulsação das artes visuais e performativas no território de Guimarães e Braga. Desenvolvido atualmente pelo gnration e pelo CIAJG/Centro Internacional das Artes José de Guimarães, o programa apoiou mais de três dezenas de projetos e meia centena de artistas ao longo das suas oito edições, afirmando um compromisso institucional inequívoco para com a criação.
A exposição no CIAJG apresenta o trabalho dos quatro vencedores de 2023 – Bárbara Fonte, Cláudia Cibrão, Guache, Lucas Carneiro e Manuel Costa –, selecionados por um júri composto por Marta Mestre e Luís Fernandes, diretores artísticos do CIAJG e gnration respetivamente, e o curador Paulo Mendes (Editoria, Porto), como convidado desta edição. A partir de ideias embrionárias e de esboços prévios, os artistas aprofundaram os resultados durante uma residência artística nas duas instituições, e que contou com a tutoria técnica e curatorial das equipas.
As propostas artísticas inscrevem-se em domínios que vão das artes visuais à “media art”, do desenho à instalação, de perfil performativo e expositivo. São propostas em aberto, que ensaiam as condições da sua visibilidade, fixação e mediação. Revelam interesses muito amplos, gestos poéticos que se relacionam a uma vontade de afirmação de linguagens autónomas. A arte é, simultaneamente, um espaço de experiência individual e de comunidade, de singularidade e de coletivo, de permanecer no mundo vasto e amplo da existência.
FOR ALL AGES
Free admission up to the limit of available capacity
PROGRAMA DA INAUGURAÇÃO
17h00
Inauguração da exposição
Dayana Lucas
Cifra
Entre opacidade e transparência, entre o visível e o invisível, Dayana Lucas (n. em 1987 em Caracas; vive e trabalha no Porto) eleva ao ritual o ato de desenhar para além do desenho. A exposição reúne a produção mais recente da artista e tem a coprodução da ArtWorks.
17h00
Inauguração da exposição
Bárbara Fonte, Cláudia Cibrão, Guache, Lucas Carneiro e Manuel Costa
Laboratórios de Verão 2023
Desenvolvido pelo CIAJG e pelo gnration, o projeto Laboratórios de Verão 2023 apresenta uma exposição dos quatro vencedores de 2023, selecionados por um júri composto por Marta Mestre e Luís Fernandes, diretores artísticos do CIAJG e gnration respetivamente, e o artista-curador Paulo Mendes (Editoria, Porto) como convidado desta edição.
18h00
Leitura
Vuduvum Vadavã
Sobe-e-desce à volta do livro “Prova de Vida”, de Dayana Lucas
As palavras e os desenhos de “Prova de Vida” (2022), um livro de Dayana Lucas editado pela Orinoco, são o rastilho para uma leitura de Vuduvum Vadavã, alter ego de Marta Ângela (metade de Von Calhau!), artista multidisciplinar com uma prática extensa na manipulação de signos por via do som, da palavra e de artefactos visuais.
18h30
Música
Guache
Improvisação em duas vias
Luciana Melo e Gil Fortes, duo de música experimental Guache, do Rio de Janeiro, sedeado em Braga, compõem um ambiente sonoro em diálogo com o espaço do museu, que explora a interação com o acaso, melodias não temperadas, performatividade vocal não verbal, textura e ruído.
19h00
DJ set
Chima Isaaro
Conhecida pelas travessias melódicas que entretecem techno, house, disco, soul, batida, jazz e muito mais, a DJ Chima Isaaro explora cadências “black-rooted”. As suas mixagens de dança têm conquistado devotos em toda a parte. Chima Isaaro sustenta essa energia expansiva com um convite universal: podem vir, se souberem dançar.
19h00
Degustação
Cantina CAAA
André Pinto e Ane Delazzeri criam um momento de culinária com diferentes sabores, inspirado nas exposições.
FOR ALL AGES
Free admission up to the limit of available capacity
PROGRAMA DA INAUGURAÇÃO
17h00
Inauguração da exposição
Dayana Lucas
Cifra
Entre opacidade e transparência, entre o visível e o invisível, Dayana Lucas (n. em 1987 em Caracas; vive e trabalha no Porto) eleva ao ritual o ato de desenhar para além do desenho. A exposição reúne a produção mais recente da artista e tem a coprodução da ArtWorks.
17h00
Inauguração da exposição
Bárbara Fonte, Cláudia Cibrão, Guache, Lucas Carneiro e Manuel Costa
Laboratórios de Verão 2023
Desenvolvido pelo CIAJG e pelo gnration, o projeto Laboratórios de Verão 2023 apresenta uma exposição dos quatro vencedores de 2023, selecionados por um júri composto por Marta Mestre e Luís Fernandes, diretores artísticos do CIAJG e gnration respetivamente, e o artista-curador Paulo Mendes (Editoria, Porto) como convidado desta edição.
18h00
Leitura
Vuduvum Vadavã
Sobe-e-desce à volta do livro “Prova de Vida”, de Dayana Lucas
As palavras e os desenhos de “Prova de Vida” (2022), um livro de Dayana Lucas editado pela Orinoco, são o rastilho para uma leitura de Vuduvum Vadavã, alter ego de Marta Ângela (metade de Von Calhau!), artista multidisciplinar com uma prática extensa na manipulação de signos por via do som, da palavra e de artefactos visuais.
18h30
Música
Guache
Improvisação em duas vias
Luciana Melo e Gil Fortes, duo de música experimental Guache, do Rio de Janeiro, sedeado em Braga, compõem um ambiente sonoro em diálogo com o espaço do museu, que explora a interação com o acaso, melodias não temperadas, performatividade vocal não verbal, textura e ruído.
19h00
DJ set
Chima Isaaro
Conhecida pelas travessias melódicas que entretecem techno, house, disco, soul, batida, jazz e muito mais, a DJ Chima Isaaro explora cadências “black-rooted”. As suas mixagens de dança têm conquistado devotos em toda a parte. Chima Isaaro sustenta essa energia expansiva com um convite universal: podem vir, se souberem dançar.
19h00
Degustação
Cantina CAAA
André Pinto e Ane Delazzeri criam um momento de culinária com diferentes sabores, inspirado nas exposições.
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