SALA 6
José de Guimarães • Devir-Desenho-Objeto

O desenho como processo de devir: homens-animais, rostos-máscara, seres-frutos estranhos, serpentes-dóceis figuras.
Tantas vezes considerado momento de intervalo
ou de pausa na produção artística, o desenho para José de Guimarães (Guimarães,
1939) é, ao contrário, um exercício intenso de transformação da realidade,
cobrindo um período de cinquenta anos de trabalho.
Esta seleção é apenas uma ínfima parcela
dessa atividade prolixa, e que deixa de fora uma diversidade de inspirações e
referências: o desenho arqueológico (que o artista praticou na Sociedade
Martins Sarmento, em Guimarães), os desenhos realizados com máquina de
escrever, a aerógrafo, os desenhos eróticos inspirados nas estampas japonesas,
os esquissos de aparência infantil…
Estabelecendo diálogos com obras da coleção de arte africana,
pré-colombiana e antiga chinesa, os desenhos apontam para um processo de devir:
homens-animais, rostos-máscara, seres-frutos estranhos, serpentes-dóceis figuras…
É a ideia de metamorfose que se persegue ou, como refere o poeta Carlos Poças
Falcão: “Tudo desenha tudo. Tudo é desenhado por tudo. Há uma implicação e
correspondência de cada coisa em cada coisa, numa relação que se projecta até
ao infinito, no grande desenho universal”.
TODAS AS IDADES

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