29 JUNHO'19 A 16 FEVEREIRO'20
Francisco Janes, Mariana Caló e Francisco Queimadela, Jonathan Uliel Saldanha, Laetitia Morais, Manon Harrois, Miguel Leal, Mike Cooter, Pedro Tudela, Ricardo Jacinto e Pedro Tropa, Sara Bichão, Tomás Cunha Ferreira
A presente exposição é uma versão do projeto que, durante cerca de um ano, reuniu um extenso conjunto de artistas que trabalharam a partir do contexto institucional do Arquipélago — Centro de Artes Contemporâneas em diferentes plataformas físicas e conceptuais. O projeto reúne artistas portugueses e estrangeiros cujas obras e pesquisas incorporam o som, como material, ou como estrutura conceptual. Todos eles fundam o trabalho numa sólida base de pesquisa e de experimentação. A escolha do elenco baseou-se, em primeiro lugar, na sensibilidade colaborativa e, em segundo lugar, na relação que o trabalho de cada um estabelece com as caraterísticas do arquipélago dos Açores, cuja a origem vulcânica, a ressonância cósmica, a presença intensa e diversa da natureza (enquanto imanência e enquanto sentimento) exerce um forte apelo sobre os mais diversos criadores e pensadores.
Do ponto de vista filosófico, o projeto é influenciado por alguns pensadores que desenvolveram e problematizaram os conceitos de arquipélago, migração e miscigenação, tais como Édouard Glissant (um dos mais importantes e influentes pensadores da contemporaneidade, desaparecido em 2011), que desenvolveu a noção de crioulização cultural; Emanuele Coccia, cujo recente livro A Vida das Plantas: uma Metafísica da Mistura, particularmente apropriado para pensar a relação da entidade humana com a entidade natural; Agostinho da Silva, que pensou de forma visionária a questão transatlântica e dos fluxos culturais que se vão desenvolvendo entre continentes e povos; ou, ainda, Vitorino Nemésio, cujo conceito de Açorianidade será central à reflexão engendrada pelo projeto. Trata-se de um projeto que foi concebido para integrar e cumprir as diferentes valências do Arquipélago, quer em termos do espaço expositivo e performativo, quer no que concerne à sua missão (produzir e trazer conhecimento à população da Ilha e do Arquipélago, mas também exportá-lo para outras paragens). É um projeto inovador que explora de forma inédita o maior arquivo audiovisual nacional, o arquivo da RTP, cujo horizonte de existência se confunde com a formação de um sentimento de pós-modernidade e de contemporaneidade em Portugal. É, finalmente, um projeto de criação, realizada a partir da residência na Ilha (ou ilhas), e de apresentação e diálogo com a comunidade. Geometria Sónica pretende tematizar a importância do som na construção da nossa presença no mundo. As sociedades animistas, por exemplo, utilizam desde tempos imemoriais, o som, nomeadamente certos ritmos e frequências, para curar ou para atingir níveis de hiperconsciência. O projeto propõe pensar a relação entre determinados padrões ou frequências sonoras e a criação de estruturas arquetípicas do pensamento e da arquitectura, tais como monumentos antigos edificados em diferentes lugares do mundo. As civilizações antigas construíam a partir da observação do Cosmos e acredita-se que, também, a partir da harmonia e ressonância sonora do Universo. É nesse pressentimento intemporal de que todos os seres são ligados por uma consciência global e coletiva que o projeto agora apresentado se funda.
Todas as idades
Curadoria Nuno Faria
Projeto originalmente apresentado no Arquipélago - Centro de Artes Contemporâneas
Todas as idades
ENTRADA GRATUITA Crianças até 12 anos / domingos de manhã, das 10h00 às 12h30
Bilhete Conjunto Visita ao Centro Internacional das Artes José de Guimarães +
Visita à Casa da Memória
5,00 eur / 3,50 eur c/d
Curadoria Nuno Faria
Projeto originalmente apresentado no Arquipélago - Centro de Artes Contemporâneas
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