ATÉ 27 ABRIL
Mauro Cerqueira - Canções para um burro morto
Canções para um burro morto é a primeira exposição monográfica do artista Mauro Cerqueira numa instituição cultural. Tem como eixo central os últimos trabalhos do artista resultado de duas viagens consecutivas a Marrocos. Como título, é uma alegoria que une as duas viagens e por reflexo espelha a prática e a condição em que o artista se coloca, a de produzir narrativas a partir do anónimo.
É uma exposição pensada enquanto “linearidade boicoitada”, ou seja, toma estas viagens como fio condutor mas intercepta com desvios, outros trabalhos do artista, que desaceleram e desdobram o seu sentido. A cartografia centra-se na poesia, na condição da viagem e na deriva, enquanto territórios fundamentais para interpor outras leituras da história.
Ao nos aproximar da deambulação por estes territórios magrebinos, tanto com o mundo árabe, como com figuras transgressoras de poetas como Jean Genet ou Muhammad Choukri, Mauro Cerqueira desvia as narrativas da razão e da ordem ocidentais, amplificando um encontro com outras geografias, outros territórios, outras normas.
Uma parte importante do investimento poético de Mauro Cerqueira está na revelação destas histórias paralelas, marginais, acontecimentos mitificados, rumores, especulações, histórias das histórias, por escrever e por definir. O seu trabalho recorre a múltiplas formas e formatos, desenho, escultura, pintura e vídeo, os que forem possíveis para que essas revelações se deem. Simultaneamente o artista coloca-se numa condição intermediária (daquele que liga) com o outro. Um outro que se torna uma extensão e um espelho. Pode ser um outro artista, um vizinho, um animal, um convidado, um outro gravado à distância. Pode ser (e é quase sempre) a literatura.
Canções para um burro morto grava imagens, telas, espelhos, sons e canções. Todas são metáfora da figura omnipresente e estilhaçada do artista e deste animal. Nomeia o anónimo, indo ao encontro dos inomináveis.
Mauro Cerqueira (Guimarães, 1982). Estudou na Escola Superior Artística do Porto, no polo de Guimarães. Em 2009 recebeu a Menção Honrosa do Prémio EDP Novos Artistas e, em 2005, ao lado do artista André Sousa fundou o espaço independente ‘Uma Certa Falta de Coerência’, um espaço de exposição que se tornou numa constelação de artistas onde passaram Babi Badalov, Stephan Dillemuth, Dan Graham, Mieko Meguro, Silvestre Pestana, Luisa Cunha, Ani Schulze, June Crespo, Pedro G. Romero, Josephine Pryde, Rigo 23, Daniel Barroca. Mauro Cerqueira participou em várias exposições individuais e coletivas em galerias e instituições nacionais e internacionais, incluindo o Institute for New Connovative Action, Seattle, David Dale Gallery, Glasgow, MARCO/ Museo de Arte Contemporánea de Vigo, Künstlerhaus Bethanien, Berlim, Centro de Artes Visuais, Coimbra, Galeria Nuno Centeno, Porto, Galería Heinrich Ehrhardt, Madrid, Museu de Arte Contemporânea de Serralves, Porto, Museo de Arte Contemporáneo Gas Natural Fenosa, Galeria Graça Brandão, Lisboa, La Casa Encendida, Madrid. A sua obra está representada em várias coleções públicas e privadas nacionais e internacionais.
Todas as idades
Preço
4,00 eur / 3,00 eur c/desconto
Entrada gratuita: crianças até 12 anos / domingos de manhã, das 11h00 às 14h00
Curadoria João Terras
Todas as idades
Preço
4,00 eur / 3,00 eur c/desconto
Entrada gratuita: crianças até 12 anos / domingos de manhã, das 11h00 às 14h00
Curadoria João Terras
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